ELAYNE GONÇALVES SILVA
Este trabalho corresponde a um recorte de um estudo mais amplo e tem o propósito de realizar uma análise bakhtiniana da carnavalização e da representação de uma das personagens femininas do filme "Valente" (2012), dos estúdios Disney/Pixar. Esta produção cinematográfica pode ser entendida como uma releitura paródica de determinados contos de fadas tradicionais e dos primeiros filmes de princesa produzidos pela Disney, em função da composição verbo-visual de suas personagens femininas e masculinas e das relações de sentido que o filme em questão estabelece com as narrativas infantis tradicionais e com as animações clássicas. Como ferramenta analítica, elencamos, principalmente, a teoria dialógica do discurso (BRAIT, 2010), além de termos feitos leituras relativas às questões da representação (HALL, 1997) e aos estudos de gênero (BUTLER, 2010). Mais especificamente, a análise da referida animação baseou-se na carnavalização como categoria macro, sendo subsidiada, também, pela noção de signo ideológico, pensadas, respectivamente, por Bakhtin (2010, 2013) e por Bakhtin/Volochínov (2012). A partir da investigação do filme, foi possível identificar uma recuperação dialógica de certos elementos dos contos de fadas, que foram, contudo, subvertidos carnavalescamente e ressignificados nesse material semiótico. Além disso, também foi possível estabelecer relações entre a composição visual de uma das personagens de "Valente" e a noção de corpo grotesco discutida por Bakhtin (2010) e reconhecer ligações entre outros aspectos do filme e a cosmovisão carnavalesca bakhtiniana, como a inversão dos papeis ligados aos gêneros feminino e masculino, a paródia carnavalesca e o ritual de coroação e de destronamento próprio das obras carnavalizadas, por exemplo. Ademais, com a pesquisa, foi possível concluir que os sentidos são construídos através de uma associação entre a linguagem verbal e a linguagem visual e que essa produção cinematográfica se marca pela presença de determinados aspectos carnavalescos e ideológico-valorativos.
Leia o trabalho em sua íntegra clicando aqui.
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