Marcos Roberto dos Santos AMARAL
O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é um exemplar típico do romance satírico moderno, de fato, encerra uma diversidade sutil e rica de referências a vozes de discursos alheios das mais variadas fontes, numa ordem de relação cujo produto literário é um discurso híbrido e autorreferente. Nesse sentido, o presente artigo terá como objetivo estudar as diversas vozes metadiscursivas em torno das diferentes representações das relações interpessoais entre as sociedades e os indivíduos, no capítulo O Delírio. Fundamentar-se-á nos conceitos bakhtinianos de pluriestilismo, plurilinguismo e plurivocalidade (BAKHTIN, 1998), próprios da particularidade dialógica da prosa romanesca. O objeto analisado serão as estruturas sintáticas híbridas, como os sintagmas de motivações pseudo-objetivas e de introdução de opinião corrente (BAKHTIN, 1998) presentes em especial no capítulo da referida obra. Metodologicamente, apresentar-se-ão os sintagmas híbridos, à medida que serão feitas suas análises estilísticas do dialogismo deflagrado, por fim, evidenciando a presença e o confronto polifônico da obra. Concluir-se-á que a metalinguagem discursiva é um dos principais recursos dialógicos da prosa romanesca moderna e que n’O Delírio das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, o narrador dissimula diversas vozes marginais, bem como a do narrador que discute sobre sua escrita e sobre sua literatura tanto quanto a dos diversos leitores, do mesmo modo que de outros discursos a ambos arrolados.
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